Purple Day – E se fosse você?

A epilepsia não é contagiosa e também não é uma doença mental. Com o objetivo de derrubar esses mitos e promover um esforço internacional de conscientização para mostrar que a pessoa com epilepsia sofre mais com o preconceito do que com a própria doença, uma criança, na época com 09 anos, criou, em 2008, com o apoio da Associação de Epilepsia da Nova Escócia (EANS), o Dia Mundial de Conscientização da Epilepsia. A data escolhida foi 26 de março. A idealizadora, Cassidy Megan, atualmente uma jovem com mais de 20 anos, elegeu a cor roxa por causa da lavanda, planta cuja flor é frequentemente associada com solidão e isolamento, sentimentos vividos por pessoas com epilepsia.

A epilepsia é um transtorno cerebral crônico que afeta de 8-10% da população mundial, responsável por 1 a 2% dos atendimentos de emergência e, destes, 25% mostram-se como primeiro evento convulsivo da vida. No Brasil, estima-se que 3 milhões de pacientes sofrem com os sintomas.

Existem dois tipos de epilepsia: a focal e a bilateral. Na epilepsia focal, essa emissão incorreta de sinais fica limitada a apenas uma parte do cérebro, enquanto a epilepsia bilateral afeta os dois hemisférios cerebrais.

O diagnóstico é baseado na história do paciente com a descrição detalhada do evento suspeito. O neurologista faz associação com história de sofrimento do sistema nervoso central do paciente, seja ele agudo, como é o caso dos traumas, infecções e quedas; ou, sofrimento antigo, como a história de desenvolvimento intrauterino traumático, sofrimento perinatal, no momento do nascimento ou nos primeiros anos de vida e que podem se tratar de hipoxemia cerebral, ou infecções ou traumatismos. Há também exames de imagem que ajudam a fechar o diagnóstico. O tratamento é sempre medicamentoso, considerando a frequência em que as crises acontecem, o tipo e os fatores de risco.

É possível levar uma vida normal mesmo com o diagnóstico de epilepsia, desde que o paciente siga o tratamento adequado e respeite as orientações médicas que visam diminuir os fatores desencadeantes de crises.

O IPCEP e a Direção do Complexo Estadual de Saúde da Penha apoiam o Purple Day, que este ano tem como tema “E se fosse você?”, cujo objetivo principal é despertar empatia, levar informação para que as pessoas entendam o que é a doença e possam não só vencer preconceitos, mas aprendam como ajudar caso conheçam alguém que tem epilepsia ou caso presenciem uma crise epiléptica.

 

Fontes: Associação Brasileira de Epilepsia (ABE), Viva com Epilepsia, Liga Brasileira para a Epilepsia (LBE), Ministério da Saúde – Biblioteca Virtual em Saúde e purpleday.org. Arte: IPCEP.