Cuidados paliativos e comunicação de más notícias são temas de palestra no HEGV

Com o objetivo de intensificar a sensibilização de toda a equipe hospitalar com casos de pacientes com doenças que ameaçam a vida e podem gerar sofrimento, o coordenador médico da Clínica Médica e presidente da Comissão de Cuidados Paliativos do Hospital Estadual Getúlio Vargas, Dr. Herbert Krettli, realizou na tarde do dia 14 de abril, no auditório da unidade, a palestra “Cuidados paliativos e más notícias”.

Definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1990, e atualizada em 2002, os cuidados paliativos consistem na assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, da identificação precoce, avaliação impecável e tratamento da dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais.

O cuidado paliativo não se baseia em protocolos, mas em princípios. Não se fala mais em terminalidade, mas em doença que ameaça a vida. Indica-se o cuidado desde o diagnóstico, expandindo o campo de atuação. Não se fala, também, em impossibilidade de cura, mas na possibilidade ou não de tratamento modificador da doença, afastando, dessa forma, a ideia de “não ter mais nada a fazer”. A abordagem inclui, ainda, a espiritualidade entre as dimensões do ser humano. A família é lembrada, portanto assistida, também após a morte do paciente, no período de luto.

Considerando que a comunicação é uma ferramenta essencial nos cuidados paliativos, “má notícia” é considerada como toda informação que gera uma mudança extrema e negativa na vida do paciente e de seus familiares na visão do seu futuro. Existem protocolos no contexto da saúde para comunicar más notícias, que têm como objetivo instrumentalizar o profissional de saúde em um momento tão delicado.

A comunicação em cuidados paliativos é realizada por uma equipe multiprofissional, de forma que o médico e psicólogo atuam lado a lado nesta comunicação, com intervenções que promovem o acolhimento e a validação dos sentimentos do paciente e da família. Pelo impacto que a comunicação provoca na vida de pacientes e seus familiares, a atuação da psicologia se faz fundamental.

O médico explica que, os cuidados paliativos, por conceito, se inserem na filosofia do olhar holístico ao paciente e seus familiares. “Além do tratamento impecável dos sintomas físicos, os cuidados paliativos têm propriedade de agir nos seus anseios sociais, psicológicos e espirituais, principalmente aos pacientes com prognósticos reservados e em fase terminal de doença, preparando também os envolvidos para o luto. Além da extrema importância no cuidado aos enfermos e seus familiares, o cuidado paliativo tem relevante papel na gestão de recursos”, afirma Krettli.

O IPCEP e a Direção do Complexo Estadual de Saúde da Penha buscam sempre qualificar sua equipe de colaboradores para melhor atender a todos que utilizam seus serviços, agregando mais humanização em todas as práticas existentes nas unidades. Eles atuam de forma integrada, para garantir o melhor atendimento ao usuário do Sistema Único de Saúde.

 

Fontes: Conselho Federal de Medicina (CFM), Ministério da Saúde – Biblioteca Virtual em Saúde e Comissão de Cuidados Paliativos do Hospital Estadual Getúlio Vargas. Foto: IPCEP.