HEGV e UPA Penha realizam mesa redonda sobre Setembro Amarelo

O nono mês do ano, também chamado de Setembro Amarelo, é dedicado à conscientização sobre a prevenção ao suicídio. Esta é uma campanha que serve como estímulo de debate sobre o assunto, pois apesar de o tema ser amplamente divulgado na mídia neste período, esta temática ainda é tabu em muitos lugares.

Para desmistificar essa ideia, o IPCEP e a Direção do Complexo Estadual de Saúde da Penha, através da coordenação de psicologia, realizaram, no dia 20 de setembro, uma mesa redonda com Karine Rossi Guatura e Caroline Perfeito, psicólogas do Hospital Estadual Getúlio Vargas, Dra. Alice de Antônio Pinto, psiquiatra do CAPS Ernesto Nazareth, e Érika Pereira, terapeuta ocupacional do CAPSI Visconde de Sabugosa, para debater o tema “O aumento dos casos de tentativa de suicídio entre os adolescentes”.

A diretora técnica, Dra. Flavia Nobre, ao iniciar o evento, reforçou a importância de familiares, amigos e sociedade adotarem uma postura acolhedora em relação aos sinais de ideação suicida que possam surgir de um adolescente. “Há uma conjunção de fatores relacionados ao comportamento suicida. É importante acolher e ouvir o adolescente e os familiares atentamente, mostrar empatia e respeito, além de não fazer julgamentos”, destacou.

De acordo com a Dra. Alice de Antônio Pinto, o Setembro Amarelo é uma campanha mundialmente realizada para que haja o diálogo na sociedade sobre suicídio e sua importância se deve ao fato de que o suicídio pode ser considerado até como um mal silencioso, pois seja por desconhecimento ou desconforto, as pessoas fogem do debate sobre o assunto e não conseguem identificar os sinais de que uma pessoa próxima esteja com ideias e ações suicidas. “Esta é uma campanha que serve como estímulo de debate sobre o assunto, principalmente para que saibamos identificar os sinais e nos aproximarmos de jovens e adolescentes que sofrem com pensamentos suicidas para que eles saibam que não estão sozinhos e possam contar com ajuda”, explicou a médica psiquiatra.

Caroline Perfeito esclareceu que, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), nove em cada 10 casos poderiam ser prevenidos. “São registrados aproximadamente 12 mil suicídios todos os anos no Brasil e mais de um milhão no mundo. Trata-se de uma triste realidade, que registra cada vez mais casos, principalmente entre os jovens. Por isso, devemos pensar o problema agora e agir o quanto antes, já que 96,8% dos casos de suicídio estavam relacionados a transtornos mentais, como: depressão, transtorno bipolar e abuso de substâncias”, frisou a psicóloga.

A terapeuta ocupacional Érika Pereira falou como as pessoas podem procurar ajuda e como os órgãos públicos devem oferecer apoio neste momento tão difícil. “Toda sociedade deve participar, é essencial ampliar o conhecimento sobre maneiras de enfrentar a ansiedade, a depressão e o próprio estresse cotidiano. Momentos como este, realizado pelo Hospital Getúlio Vargas, engrandece a campanha e nos faz perceber que mais pessoas vão saber procurar ajuda, caso necessite”, relatou.

A coordenadora interina do serviço de psicologia do HEGV, que atuou como moderadora, falou sobre sua experiência com casos de tentativa de suicídio. “O tema deve ser desmitificado, pois muitas pessoas ainda levam o tema como tabu em suas vidas, enquanto isso pessoas morrem por falta de apoio e medo de tocar no assunto”, ressaltou Karine Rossi.

Para o IPCEP e a Direção do Hospital Estadual Getúlio Vargas e UPA Penha 24h, a prevenção ao suicídio necessita ser debatida constantemente. As unidades estão preparadas para discutir o tema e encaminhar a pessoa para um tratamento que trará um novo olhar sobre a vida e a vontade de prosseguir.

 

Fontes: Organização Mundial de Saúde (OMS), Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM), Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), setembroamarelo.org.br e Coordenação de Psicologia do Complexo Estadual de Saúde da Penha. Fotos: IPCEP.