Palestra aborda o controle de vetores e pragas no ambiente hospitalar

O ambiente do cuidado é afetado não somente pela infraestrutura do edifício hospitalar, mas também pelo atendimento, pelas pessoas e pelos processos que ocorrem nas áreas comuns e unidades de internação. A comida, a roupa, a higiene e a manutenção influenciam positivamente ou negativamente na percepção de qualidade de pacientes e acompanhantes. Erros ou negligências em aspectos importantes destes processos podem acabar por afetar até o adequado controle sobre as IRAS – Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde, por meio da proliferação de vírus, fungos e bactérias que impactam não apenas na saúde de pacientes, acompanhantes e profissionais, mas também na sustentabilidade (operacional e financeira) da instituição como um todo.

Com o objetivo de fomentar ações de prevenção, metodologia de controle, apresentar noção da biologia das pragas e o papel dos colaboradores, o IPCEP e a Direção do Complexo Estadual de Saúde da Penha realizaram na tarde do dia 14 de setembro a palestra “Controle de vetores e pragas no ambiente hospitalar”.

“Os serviços de saúde estão sempre sob a ameaça de invasão de pragas. Desse modo, os profissionais que atuam nestes serviços enfrentam diariamente muitos desafios. Um dos maiores, é garantir que a limpeza de ambientes se mantenha no mais alto nível, enquanto cuidam de suas atividades”, afirmou o Biólogo Marcelo Cunha Freitas, convidado para falar aos colaboradores das unidades.

Com mais de 30 anos de experiência em controle de vetores e pragas, o Diretor Técnico da Associação Brasileira de Vetores e Pragas e Conselheiro Técnico do CRBIO citou que as pragas controladas em hospitais são as mesmas que controlamos em casa, como ratos, baratas, moscas, mosquitos, formigas e muitas outras. Porém, em ambientes hospitalares, essa é uma tarefa com maiores riscos e responsabilidades, visto que diariamente nesses ambientes passam muitas pessoas e, principalmente, pessoas já debilitadas. “Para o sucesso do controle de vetores, o trabalho, cauteloso e planejado, precisa contar com o apoio de todos os profissionais, e não somente da equipe de higiene ou hotelaria do hospital. Sendo assim, é extremamente importante que haja um trabalho em conjunto, com uma educação continuada entre todos, e estratégias para conscientizar os pacientes e visitantes para manter as boas práticas em cada área do Hospital e da Unidade de Pronto Atendimento”, enfatiza.

Um esforço bem-sucedido de prevenção de pragas envolve todos os níveis de colaboradores. Algumas dicas comuns incluem o seguinte:

– Manter as lixeiras tampadas: qualquer resíduo de natureza orgânica gerado no hospital pode servir de atrativo alimentar e de estímulo para que diferentes organismos cumpram a função ambiental para que foram programados ao longo do processo evolutivo;

– Monitorar, de forma contínua, as infestações, com a criação de obstáculos ambientais (telas, armadilhas com produtos químicos e capturas de animal adulto) e a intervenção comportamental, de modo a orientar os usuários e colaboradores acerca de hábitos que não favorecem as infestações;

– Evitar alimento no posto de trabalho e deixar restos alimentares que servem de atrativo e infestação (migalhas, embalagens com resíduos alimentar etc.);

– Evitar o armazenamento de caixas sem palhetes, dificultando aplicação de produtos e limpeza do piso;

– Evitar o acúmulo de entulhos que servem de abrigo.

Manter os profissionais motivados e oferecer capacitação, qualificação, suporte e acompanhamento são, para o IPCEP e Direção do Complexo Estadual de Saúde da Penha, fundamentais para potencializar o alcance e a eficácia no atendimento no Hospital Estadual Getúlio Vargas e UPA Penha 24h.

 

Fontes: Ministério da Saúde – Fundação Nacional de Saúde, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e Portal da Enfermagem. Foto: IPCEP.