Trupe Os Vargas promove saúde humanizada por meio da palhaçaria hospitalar

De nariz vermelho, jaleco branco e com roupas coloridas, Os Vargas transformaram a rotina do Hospital Estadual Getúlio Vargas e da UPA Penha 24h na manhã do dia 14 de novembro. Criado por iniciativa da Equipe de Humanização do Complexo Estadual de Saúde da Penha, e com apoio do Instituto Positiva Social, o grupo faz uso das linguagens do palhaço em ações que procuram amenizar a tensão existente no ambiente hospitalar. Com música, bate-papo e improviso, a ação contagia pacientes, acompanhantes e funcionários e ajuda a oferecer algum conforto para as pessoas que passam por momentos difíceis e estão com a saúde debilitada.

O trabalho da trupe, composta por profissionais de diferentes áreas do HEGV e da UPA Penha, é totalmente voluntário e acontece mensalmente. Antes, os integrantes passaram por um workshop, onde compartilharam a história da gênese da criação da palhaçaria e abordaram a trajetória do riso na humanidade e do arquétipo do palhaço, além de dinâmicas de linguagem corporal e práticas de palhaçaria hospitalar.

Para a diretora técnica do Complexo Estadual de Saúde da Penha, muito mais do que levar alegria e arrancar gargalhadas, os palhaços voluntários têm um papel fundamental para o paciente e o tratamento. “A quebra da rotina ameniza a passagem do paciente pelo hospital. As enfermarias se transformam, as preocupações e as dores emocionais são temporariamente esquecidas e dão lugar à alegria. O sorriso gera sensações agradáveis nos pacientes e contribui para amenizar situações adversas geradas pelo adoecimento”, afirma Dra. Flavia Nobre.

A arte da palhaçaria é uma atividade ancestral utilizada desde a antiguidade como forma de expressão. Ao longo dos anos esta prática foi se aprimorando e se inserindo em diferentes contextos, estando atualmente bastante difundida na área da saúde, especialmente no ambiente hospitalar. Sabe-se que a presença do lúdico propicia momentos de descontração, constituindo-se em um fator importante de promoção de bem-estar na vida dos hospitalizados.

A inclusão do palhaço na instituição hospitalar se consolidou a partir de Michael Christensen, um dos fundadores do Big Apple Circus (um dos mais importantes circos do mundo), em 1986. Na ocasião, ele e seu colega, Jeff Gordon, se apresentaram no New York’s Babies and Children’s Hospital – em cena, um palhaço, que assume o papel de médico, e satiriza situações do cotidiano hospitalar. Os resultados promissores dessa atuação motivaram globalmente a formação de inúmeros grupos de palhaços de hospital. Transformar o ambiente hospitalar, ressignificando-o, colaborando para o bem-estar dos pacientes e gerando conexões reais e empáticas entre os envolvidos. Esse é o objetivo da palhaçaria hospitalar.

As intervenções artísticas nos ambientes de saúde são baseadas no encontro e ocorrem leito a leito. Cada troca entre palhaço e paciente é um novo vigor, uma surpresa improvisada, cujo objetivo é gerar alegria e potencializar a melhora do quadro de saúde.

 

Fontes: Trupe Os Vargas, Escola de Palhaços – Universidade de São Paulo, Cadernos Brasileiros de Saúde Mental, Assessoria Técnica de Humanização da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (ATH-SES/RJ) e Assessoria de Comunicação do Complexo Estadual de Saúde da Penha. Foto: Positiva.